☕ Café com Satoshi #48: em 7 Anos, Você Pode Perder 50% de Tudo Que Tem 🙈

O Brasil se juntou ao clube dos países com inflação na casa dos 2 dígitos.

Dados de outubro colocam o acumulado dos últimos 12 meses acima de 10%.

Somos o 2º maior país com inflação nessa ordem, atrás do Paquistão, à frente de Nigéria e Etiópia. Outros membros notáveis do clube são o Irã, a Argentina e a Turquia.

Mais de 1.4 bilhões de pessoas vivem atualmente sob inflação de 2, 3 ou 4 dígitos. Isto é mais do que uma estatística de “economês”. É um fardo implacável, que empobrece essa fatia da população mundial em detrimento do resto das pessoas.

Você - má notícia - pertence a este grupo desprivilegiado da humanidade. Leia essa newsletter até o final para entender por quê isso pode determinar o seu destino financeiro - e como retomar o controle dele.

Uma inflação de 10% ao ano corrói pela metade o seu poder de compra em meros 7 anos. Via: Anilsaidso

⏰ Como Roubar o Tempo dos Outros

Pessoas trabalham pra produzir bens e serviços. O dinheiro que trocam mede o valor do tempo de cada uma delas.

Parte do dinheiro que é circulado flui direto para o governo. Que, em troca, provê certos serviços monopolizados. É assim que funciona nosso contrato social.

Mas a máquina pública sempre quer gastar mais do que arrecada.

Quando uma justificativa atravessa a Janela de Overton - isto é, deixa de soar como loucura, e passa a ser efetivamente pedida pelo povo - o governo recorre ao poder supremo: imprimir dinheiro. Assim, ele pode gastar o que não tem.

A culpa pode recair na pandemia, no programa assistencialista da vez, ou no anseio vaidoso de oferecer um espetáculo futebolístico pro resto do mundo. Não importa a razão - sempre vai haver uma nova razão.

Dependendo de como se mede, algo entre 30% e 50% dos reais em circulação foram criados entre depois de 2020. Lembra da Lei da Oferta e Demanda? Quanto mais dinheiro tem no mercado, menos a unidade de dinheiro vale.

Você reclama do gás, da gasolina e da conta do supermercado, porque estes são os sintomas mais palpáveis. Mas a verdade inconveniente é que, se você tem todo seu dinheiro em reais, você é 2x mais pobre do que era há 3 anos atrás.

E, no ritmo em que a inflação anda, o seu dinheiro vai perder mais metade do poder de compra nos próximos 7 anos (sem contar desvalorizações relativas contra outras moedas).

M1 - um “recorte” da base monetária que considera moeda e depósitos com liquidez imediata. Essa base foi diluída em ~50% desde 2020. A mesma quantidade de reais representa uma porção menor do bolo.

🤫 Como Perpetuar o Sistema

O dinheiro que as pessoas guardam é desenhado para se depreciar. Programado pra empobrecer quem usa ele pra poupar o valor do seu tempo.

Nenhuma moeda governamental tem mais poder de compra hoje do que tinha há 10 anos atrás.

O consenso é de que a inflação é saudável para uma economia, uma vez que estimula o gasto e o investimento. As autoridades discutem qual é a taxa ótima, e quais os meios mais adequados de dosá-la… mas a inflação em si é tida como natural.

Ainda assim, os bancos te vendem poupanças que rendem menos que a inflação.

É estranho, mas tudo bem, fabricantes de xampu também vendem cabelos inalcançáveis para a mulher comum.

Aí as pessoas mais educadas buscam investimentos de risco. Pra driblar a perda inevitável do poder de compra do dinheiro.

Ainda assim, a classe política vai dar um jeito de "minar” essa rota de fuga - desde taxar dividendos até ganhos não realizados - efetivamente tirar o dinheiro que o investidor ainda não tem.

Aí o cidadão são vai perceber o que tá acontecendo, e começar a discutir o problema com seus pares, na tentativa de achar soluções.

Ainda assim, as elites vão tentar repreender o cidadão, e banir o tema do fórum público.

Já tem sido o caso nos EUA: figuras que trazem à tona o tema da hiperinflação têm sofrido cancelamento. Literalmente o crime de pensamento do 1984.

Jack Dorsey, fundador do Twitter, sendo cancelado na sua própria rede social por alertar seguidores para a escalada iminente da inflação.

🙈 Como Impedir os Outros de Perceber

Dinheiro é uma linguagem. Que mede sucessos e fracassos econômicos ao longo do tempo.

Quando um restaurante fale, sinaliza aos vizinhos que algo na estratégia deu errado. Quando um restaurante bomba, outros empreendedores entendem que o modelo tem potencial.

O dinheiro descomplexifica o mundo ao redor. Destila em preços o aprendizado dos sacrifícios, das derrotas e das vitórias na história das transações econômicas.

Dinheiro deveria ser uma unidade de medida.

O problema com essa ideia é que uma unidade de medida não pode mudar de valor com o tempo. Nesse caso, os experimentos denotados nela (e o aprendizado derivado deles) se tornam incomparáveis. Inócuos. Inúteis.

Como vamos descobrir as melhores estratégias de alocação de recursos, num horizonte longo o suficiente, se a métrica que norteia nosso aprendizado é corrompida a todo momento!?

Uma ilustração do Efeito Cantillon, que descreve a propensão do dinheiro recém-criado a se concentrar nas mãos de quem “está ao redor da impressora”. A ideia é expressa na MPB pelo verso “o de cima sobe e o de baixo desce”.

O intuito deste raciocínio não é articular um resmungo anarquista.

O intuito é mais amplo: jogar luz sobre o pecado original do dinheiro governamental.

O fato de que o estoque de dinheiro é gerido por regras arbitrárias, e de que o próprio dinheiro compra as regras.

Se o dinheiro é a medida do valor do seu trabalho, e essa medida é manipulada por quem mais tem dinheiro… não é simplesmente com mais trabalho que se consegue escapar desse círculo vicioso.

Quem não enxerga isso, provavelmente, está comemorando um aumento da ordem de ~10% - num ano em que a inflação, sozinha, tá comendo acima disso.

🧠 Proof-of-Work: a Verdadeira Revolução Trabalhadora

Qual é, então, a solução para evitar empobrecer pela metade em 7 anos?

Vão tentar te convencer de que a resposta é confiscar a fortuna dos bilionários.

Vão jurar que furar o teto de gastos é preciso para salvar vidas.

Vão tomar o que resta da sua privacidade “pela segurança do próximo”.

Vão lutar para que você “não possua nada - mas mesmo assim, seja feliz”.

A propaganda oficial do Fórum Econômico Mundial já cruzou a linha da sensatez faz alguns anos.

Qual é, enfim, a alternativa?

É simples: um sistema monetário em que as regras não estão à venda.

Um cronograma monetário apolítico e inalterável. Uma moeda programada pra se valorizar, e recompensar os poupadores, mais que os gastadores.

Uma economia que não discrimina entre homens, mulheres, cachorros e robôs. Uma nação virtual que acolhe qualquer exilado.

O melhor: esse paradigma já existe, e não precisa de visto nem burocracia pra aderir. Basta baixar um programa de computador.

🧠 Dicas de Leitura

1. 📱 As FAANG da Web3 (Paradigma Pro)

Nosso panorama dos pilares e competidores cruciais para o amadurecimento da Web3, e 5 tokens que despontam como promessas em suas respectivas categorias.

2. 🌆 Sc3nius (Packy McCormick)

Ao longo do tempo, certas combinações de período-local se revelaram incrivelmente mais produtivas que o resto. Estamos testemunhando uma destas. O primeiro Scenius global, nativamente digital e nascido na web.

3. 🚓 Seu Dinheiro e Sua Vida (Edward Snowden)

Tradução brasileira da carta aberta recente do Snowden, contendo seus anseios em relação às iminentes Moedas Digitais de Bancos Centrais.

4. 🦇 Como Amadores Viraram a História de Wuhan do Avesso a Envergonharam a Mídia (Newsweek)

A história inacreditável sobre como um grupo de anônimos na internet foi mais a funda que a mídia mainstream na pesquisa sobre as origens do Corona. Atente-se à parte em que tentaram 3 vezes (sendo barrados em todas) acessar uma caverna específica 😅

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